sexta-feira, 16 de agosto de 2013

URUCUM, COLORAU

Na falta de um tomate ou do açafrão, para dar um colorido atraente a pratos salgados, o urucum é uma saída prática e acessível, especialmente quando não se quer deixar o molho ácido com o tomate (minha mãe simplesmente não concebe um frango caipira ou sopa de mandioca com tomate, tem que ser com urucum e eu tenho que admitir que a danada cozinha bem pra chuchu). Mais que uma especiaria para dar aroma, é usado principalmente como corante. Não que seja neutro - até lembra um pouco a noz moscada e há quem o triture junto com pimenta-do-reino e sal, mas não vem daí sua maior virtude. Ele serve mesmo é para aguçar o apetite pelos olhos, afinal consegue transformar um pálido peito de frango num filé dourado e apetitoso.

Em toda a América do Sul e Central, o urucuzeiro (Bixa orellana), árvore com cerca de 4 metros de altura, é cultivado e explorado desde os tempos pré-colombianos, não só como tempero, mas também como medicamento. Recebe diferentes nomes populares, que podem variar dentro de um mesmo país, como no Brasil, que é chamado de urucu, urucum ou anato. No México, Peru, Cuba, Porto Rico e Argentina ele é conhecido como achiote. Já nas Antilhas, Panamá e Colômbia é bixa ou bija, enquanto na Bolívia e no Paraguai o chamam de urucu. Na Venezuela e na Guiana, pode ser achote, rocú ou onoto; em El Salvador é guajachote; em Honduras, analto e, na Guatemala, aronotto ou color ipiacu.

Estas pequenas sementes triangulares, duras e cobertas por uma fina camada resinosa de cor rubra-alaranjada, têm uso antigo entre os índios brasileiros, que ainda hoje usam o pigmento para proteção solar, repelente de insetos, antídoto para veneno da mandioca brava e ornamentação corporal. Em outras culturas, é usado também como antisséptico, cicatrizante, contra infecções de pele, picadas de inseto, bronquite, faringite, conjuntivite, febres e males de estômago e fígado. A ciência já comprovou suas atividades antimicrobianas e como hipoglicemiante, sem falar nos benefícios indiscutíveis dos carotenóides (norabixina e bixina), que agem no organismo como antioxidantes.

Cada país, onde a planta está presente, tem sua forma própria de extrair os pigmentos das sementes (o principal deles, a bixina, é insolúvel em água, mas solúvel em gordura, por isso na maioria das vezes a extração é feito em meio gorduroso). Os nomes que citei acima são usados indistintamente para a planta, as sementes e o produto feito a partir delas. Numa rápida pesquisa no google imagens, dá para ver a variedade de formas em que o pigmento pode ser encontrado: em pó, em óleo, em cubos ou em pasta. No México e Porto Rico, o achiote, como é chamado, é vendido na forma de pasta, misturado com especiarias e algum tipo de gordura e usado para temperar aves, pescados e carne de porco. No Brasil as sementes recebem o nome de urucum ou urucu, mas quando preparado em pó (extraído em óleo e misturado a fubá, que lhe dá corpo), é chamado de “colorau” ou “colorífico” - que não deve ser confundido com o colorau dos portugueses, o mesmo que chamamos por aqui de páprica ou, como preferem os espanhóis, pimentón.
Quando for ler um rótulo de margarina, queijo, salsicha, sorvete e outros industrializados de cor amarela ou vermelha, procure pelo corante de código INS 160b. É ele. Tem sido usado em substituição a corantes sintéticos, já proibidos em muitos países, com a vantagem de ser natural e nutritivo.
Na culinária brasileira, a forma mais comum de encontrá-lo é como colorau, que deve ser bem solto e seco. Mas o óleo também é comum, especialmente no Espírito Santo. Se tiver acesso aos frutos (perto da minha casa há um urucuzeiro numa praça, que vive cheio de frutos), é mais divertido preparar seu próprio tempero, tanto o pó quanto o óleo. Os frutos têm que estar secos com coloração marrom-avermelhada. É só apertar para abrir e tirar as sementes. Com o tempo chuvoso elas podem estar mofadas. Só use as que estiverem bem vermelhas e sem manchas. As sementes inteiras podem também ser encontradas em casas de temperos em mercados municipais, custam bem barato. Elas até podem entrar diretamente nos pratos, mas é bom retira-las antes de servir, porque são duras e têm sabor meio amargo.

 No frango, só adicione o colorau quando já estiver bem fritinho, para não embolar (lembre-se que tem fubá). 
FONTE:http://come-se.blogspot.com.br/2008/04/urucum-colorau.html



Semente até então de uso muito popular no país para dar cor às receitas e força ao bronzeado (e mais conhecida como colorau), o brasileiro urucum aos poucos vem conquistando alguns nutricionistas, médicos e adeptos da boa forma.
A sementinha possui substâncias que potencializam a absorção de insulina pelo nosso organismo.
Isto, segundo a nutróloga Sylvana Braga (UFRJ), especialista em prática ortomolecular e autora do livro Dieta Ortomolecular – O Segredo de Rejuvenescer em Total Harmonia, estimula a redução da gordura periférica, favorecendo, assim, o emagrecimento corporal.
- O poder emagrecedor do urucum surge a partir de um ativo extraído da semente. Mas essa solução deve ser tomada somente com prescrição médica. Seu uso foi aprovado pela Anvisa e não apresenta efeitos colaterais.
O nutricionista André Pellegrini, da USP, vê a novidade com mais cautela.
- Em 2005, um artigo publicado no The Journal of Nutritional Biochemistry mostrava que pesquisadores verificaram que o excesso de carotenóides, como os presentes no urucum, favorece o câncer pulmonar em fumantes.
Mas, segundo Sylvana, a única coisa que pode acontecer a quem consumir a solução de urucum em excesso é gastar dinheiro à toa, pois não vai emagrecer mais (nosso corpo se encarrega de eliminá-lo).
- Não há contra-indicação. A dose vai variar de acordo com o peso e o metabolismo do indivíduo.
A riqueza em antioxidantes carotenóides do urucum, explica Sylvana, contribui para a baixa do colesterol total, redução do mau colesterol (LDH) e aumento do bom colesterol (HDL). Pode enfraquecer, também, os indutores de câncer de intestino e do reto.


Para quem quiser apostar nos sucos e vitaminas preparados com semente de urucum triturada, a nutróloga dá o toque de que o efeito será mínimo.
- Indico os sucos apenas como manutenção da boa forma. O efeito emagrecedor não está propriamente no urucum em sua condição natural, mas na manipulação prescrita de seu ativo isolado em laboratório.
As sementes trituradas ajudam nessa manutenção, diz ela, se acrescentadas à dieta em saladas, massas e sopas. FONTE-http://entretenimento.r7.com/receitas-e-dietas/noticias/urucum-promete-emagrecer-e-diminuir-o-colesterol-20111121.html?question=0



Dá cor aos alimentos sem modificar o sabor. Pode ser usado em arroz, farofas e molhos. É uma mistura de fubá, óleo de soja e urucum. Use-o para dar uma leve coloração vermelho alaranjado ao arroz e frango. Também utilizado na confecção de pastas de queijo, molhos cremosos e farofa.


Curiosidade
Eficaz como corante natural também é utilizada em cosméticos e fabricação têxtil.



Temperos básicos
Ou Extrato de Urucum. Você já viu aquela cor amarelada da margarina? Pois é colorau. Utilizado em uma infinidade de produtos alimentícios industrializados. Colorau tem a cor Laranjado ao Vermelho. Mais claro, que a páprica. Não tem um sabor ou aroma característico, mais é ótima para dar mais cor a molhos, caldos, recheios. Quando quiser uma cor laranja-avermelhada, sem usar extrato de tomate. Use o Colorau.
FONTE-http://www.weblaranja.com/cozinhando/br/temperos#rec13


mais ou menos dez anos ganhamos uma mudinha de urucum, hoje um arbusto de mais de cinco metros. Em outubro se enfeita todo de flores rosáceas, transformadas depois em cachos de frutos espinhosos. Esses "espinhos" são flexíveis, não machucam. Abrindo-se os frutos encontramos suas famosas sementes. Este ano acompanhei o florescer e o frutificar de meu urucuzeiro, fazendo belas fotos. Pensei postá-las sem comentários, apenas pelo exótico da beleza. Resolvi, depois, acompanhá-las com estes despretenciosos comentários:

Urucum, urucu, açafroa, colorau são os nomes populares¹ de Bixa orellana L (nome científico), da família botânica Bixáceas.
É uma planta originária da América do Sul, encontrada por quase todo Brasil, principalmente na região amazônica.
Ao contrário de outros "coloraus" importados - por exemplo, o açafrão, tem que ser usado em pequenas pitadas, pois é tóxico, causando euforia e estado de inconsciência - nosso "colorau" brasileiro é atóxico. Mais: é medicinal e muito utilizado na culinária e na cosmética. Nos anos 70 foi largamente utilizado em forma de óleo por quase toda candidata a pegar uma corzinha, aquele 'bronzeado'! Nossos sábios índios sempre o usaram para pintar a pele. Aliás, seu nome vem do tupi uru-ku, que significa "vermelho". Seus corantes são chamados de orelina (o amarelo) e de bixina (o vermelho). Este, o bixina, de acordo com pesquisas recentes, reduz o Câncer.²

No livro Plantas Medicinais,³ podemos ler: "Urucu, colorau - O pó da semente é um bom condimento para dar cor ao arroz. Chá das sementes tem bom efeito nos males do coração, prisão de ventre, hemorragias, afecções do estômago, como expectorante e males do peito. É contra veneno da mandioca brava, antídoto do ácido cianídrico. Os índios o usavam para se pintar e, com isso, se defender contra picadas dos mosquitos".4

Acorda Brasiiilll!!!: há muito "usorientau", "useuropeu" e "osdossisteites" estão "zoiando" e "levando ele". Se o governo não tomar logo uma providência, entre elas um investimento maior em pesquisas, nosso colorau brasileiro, o urucum, voltará desse passeio pelo mundo com os olhinhos puxados, falando francês ou inglês! Em forma de medicamento ou cosmético. Ou até mesmo de condimento! E vamos ter que pagar a nota da cara, quer dizer, a nota que segue "aquela" que se diz "verde"!

Quer um arroz ainda mais brasileiro? Colorau nele - o urucum, claro! - salpicado com salsinha!

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¹Alguns outros nomes encontrados: Açafroa, açafroeira-da-terra, uru-uva, urucuuba... e por aí vai! Encontamos até os nomes correspondentes em espanhol - onoto, em francês - noyer d'Amerique, em inglês - annato e em alemão - orleanstrauch.
² De acordo com o pesquisador Camilo Flamarion de Oliveira Franco, da Embrapa, e autor do livro Urucum - Sistemas de Produção para o Brasil. Veja mais no site: www.epamig.br (PESQUISADOR MOSTRA PORQUÊ O URUCUM É EXCELENTE PARA A SAÚDE E PARA O AGRONEGÓCIO)
³KÖRBES, Vunibaldo Cirilo (Irmão Cirilo). Plantas Medicinais - 9 420 Receitas Medicinais. Korbes, ASSESOAR, 1995, 46ª edição, 188 p.
4Página 168.
 fonte -  http://www.overmundo.com.br/overblog/nosso-colorau-o-urucum



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